Aula 11: Pluralidade das Existências
Considerações Históricas
Os Vedas, nos rituais que presidiam à iniciação dos seus adeptos, já apregoavam as leis que presidem os mistérios da imortalidade da alma, da pluralidade das existências dos mundos. O Bramanismo também tinha e tem como base a crença em tal principio. Krishna, por sua vez, renovou as teorias védicas ao ensinar que “o corpo é o envoltório da alma que aí faz sua morada, sendo uma coisa finita, porém a alma que o habita é invisível, imponderável e eterna”. Buda foi ainda mais incisivo ao afirmar: “Uma vida curta, uma vida longa, um estado morbido, uma boa saúde, o poder, a fraqueza, a fortuna, a pobreza, a ciência, a ignorância… tudo isso depende de atos cometidos em anteriores existências”.
Pitágoras, filósofo e matemático grego, era um fiel partidário da teoria da transmigração da alma de um corpo para outro.
Orígenes, importante filósofo e teólogo da Igreja grega, admitia a preexistência da alma como uma necessidade lógica, na explicação de certas passagens da Bíblia, chegando à conclusão de que se ela não existisse, Deus seria injusto. Entre os judeus, a idéia das vidas sucessivas era geralmente admitida. A crença nos renascimentos dos Espíritos encontra-se picada veladamente no Antigo Testamento, porém muito mais claramente nos Evangelhos, como se pode verificar em algumas de suas passagens.
Platão, uma das maiores figuras da filosofia de todos os tempos, já concebia a chamada Teoria da Reminiscência, segundo a qual o nosso conhecer é apenas o recordar.
Fundamentos
Ao trazer à luz esclarecimentos sobre a pluralidade das existências corpóreas, os Espíritos superiores resgatam uma doutrina que teve início nos primeiros tempos da humanidade. Mas, algumas correntes doutrinárias deixaram de lado em seus fundamentos o princípio evolutivo da reencarnação, preferindo, antes, consagrar a teoria da unicidade das existências. Desta forma, rejeitaram princípios que poderiam auxiliar o homem em seus questionamentos existenciais. Porém, cedo ou tarde, ao atingir a sua maturidade espiritual, a humanidade não poderá conciliar as diversidades da evolução e as consequentes divergências sociais, em face da inverossímil possibilidade de a alma encarnar uma só vez.
Da Reencarnação — Justiça da Reencarnação
O princípio da pluralidade das existências do Espírito, é o único que satisfaz a razão no tocante à ideia que se tem da justiça de Deus, quanto às diferenças individuais, tais como: posições sociais, as enfermidades, o poder, a saúde, a satisfação dos sentidos etc. Deste modo, o principio da reencarnação é o único capaz de explicar o presente renovar as esperanças, pois é através dela que o homem resgata seus erros em vidas futuras, bem como compreende a bondade infinita do Criador.
A cada nova existência, o Espirito dá um passo na senda do progresso, quando se despojou de todas suas impurezas, não precisa mais das provas da vida corpórea (LE, perg. 168).
Portanto, pelo princípio da reencarnação, o Espírito no itinerário de sua perfectibilidade, terá pela frente a oportunidade de novos renascimentos. Pela reencarnação, reparam as faltas cometidas, ao mesmo tempo em que assumem o compromisso de novas provas, pois um dia todos tornar-se-ão Espíritos puros.
Os Laços de Família São Fortalecidos pela Reencarnação e Quebrados pela Unicidade da Existência
A reencarnação possibilita melhor integração entre os membros de uma família, pois aqueles que se amam procuram estreitar cada vez mais os laços afetivos, pedindo a Deus para reencarnarem sempre nos mesmos círculos familiares.
Ocorre freqüentemente que em uma família encarnam Espiritos que não se afinam com os demais, demonstrando tendências diversas, parecendo, pelas suas inclinações e gostos, que nada têm em comum com seus parentes. As encarnações de Espíritos que são estranhos no seio das famílias têm a dupla finalidade de servirem de prova para uns e meio de progresso para outros. Os menos evoluídos melhoram pouco a pouco ao contato diário com os bons e pelas atenções que deles recebem, geralmente seu caráter se abranda, seus costumes se aperfeiçoam e as antipatias desaparecem.
Pela reencarnação e pelo progresso que lhe é consequente, todos os que se amam se encontram no mundo físico e no mundo espiritual, caminhando juntos rumo à perfeição espiritual. Se alguns fracassam ou retardam o seu progresso, nem por isso as esperanças estão perdidas, uma vez que serão sempre amparados pelos que os amam, para retornarem à senda evolutiva, havendo portanto perpétua solidariedade entre Espíritos encarnados e desencarnados.
Este é somente um breve resumo da aula. Escute o áudio completo com toda a aula narrada e uma breve explicação minha ao final de cada parte.
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